Livros que você deveria ler antes de terminar a Faculdade

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O ingresso na Faculdade pode ser um marco crucial na vida de muitos. Um momento apropriado para expandir os seus horizontes, tanto no campo intelectual quanto no social. Mas por outro lado, também é um período complicado em que se vive em uma espécie de bolha, quando tudo ao seu redor gira em torno das mesmas pessoas, assuntos, salas de aula e bares. E a leitura é definitivamente a forma mais prazerosa e eficaz de se evitar esse isolamento conceitual e preparar-se para encarar o mundo que te espera aqui fora.

Embora os estudos, festas e a ânsia de parecer normal e sexualmente ativo aos 20 anos possa ocupar praticamente todo o seu tempo na Faculdade, preparamos um inventário de obras fundamentais, misturando clássicos e contemporâneos, que em algum ponto do seu curso (ou no fim dele) vão te auxiliar em uma fase que você realmente vai precisar de ajuda:
 

 
A Regenta, de Leopoldo Alas
-Gayo Editorial.
 
A Regenta é o primeiro romance de Leopoldo Alas "Clarín" publicado originalmente em dois volumes, entre 1884 e 1885. Considerada a obra prima de Clarín e do romance espanhol do século XIX é um dos expoentes máximos do naturalismo e do realismo progressista.

Ana Azores, às vezes chamada de Madame Bovary da Espanha, vive isolada pela negligência benigna do marido idoso e é vitimada por uma sociedade tacanha, moralmente conservadora e misógina, que passa por um declínio espiritual e psicológico.

Discorrendo sobre temas como o adultério, a questão feminina, a educação, a religião, a política e a família

A Regenta somente pode ser publicada originalmente em Barcelona (Daniel Cortezo y Cía.), já que se constituiu em um verdadeiro escândalo em sua época, sobretudo em Oviedo.

Durante o franquismo, Leopoldo Alas, como outros autores liberais do século XIX, foi repetidamente vetado por aqueles que se encarregavam de preservar os princípios do nacional-catolicismo. Seu discurso foi considerado inconveniente e perigoso pela ditadura.
Na atualidade, A Regenta é considerado o melhor romance espanhol do século XIX e o segundo mais importante romance da literatura espanhola, atrás somente de Dom Quixote. Essa opinião é avalizada por declarações de escritores e críticos como Mario Vargas Llosa e Gonzalo Sobejano.

Esta edição de A Regenta é a primeira tradução brasileira da obra, editada pela Gayo Editorial.
 
 
 
 
Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley
-Editora Globo
 
Extraordinariamente profético, Admirável Mundo Novo é um dos livros mais influentes do século XX.
 
Uma sociedade inteiramente organizada segundo princípios científicos, na qual a mera menção das antiquadas palavras "pai" e "mãe" produzem repugnância. Um mundo de pessoas programadas em laboratório, e adestradas para cumprir seu papel numa sociedade de castas biologicamente definidas já no nascimento. Um mundo no qual a literatura, a música e o cinema só têm a função de solidificar o espírito de conformismo. Um universo que louva o avanço da técnica, a linha de montagem, a produção em série, a uniformidade, e que idolatra Henry Ford.
 
Essa é a visão desenvolvida no clarividente romance distópico de Aldous Huxley, que ao lado de 1984, de George Orwell, constituem os exemplos mais marcantes, na esfera literária, da tematização de estados autoritários. Se o livro de Orwell criticava acidamente os governos totalitários de esquerda e de direita, o terror do stalinismo e a barbárie do nazifascismo, em Huxley o objeto é a sociedade capitalista, industrial e tecnológica, em que a racionalidade se tornou a nova religião, em que a ciência é o novo ídolo, um mundo no qual a experiência do sujeito não parece mais fazer nenhum sentido, e no qual a obra de Shakespeare adquire tons revolucionários.
 
Entretanto, o moderno clássico de Huxley não é um mero exercício de futurismo ou de ficção científica. Trata-se, o que é mais grave, de um olhar agudo acerca das potencialidades autoritárias do próprio mundo em que vivemos. Como um alerta de que, ao não se preservarem os valores da civilização humanista, o que nos aguarda não é o róseo paraíso iluminista da liberdade, mas os grilhões de um admirável mundo novo.
 
 
 
 
Hora de Alimentar Serpentes, de Marina Colasanti
-Editora Global
 
Nesta obra, Marina Colasanti nos tira a todo instante de nossa zona de conforto e nos lança em zonas de confronto, por meio de narrativas breves, alternadas com textos mais longos.
Tendo publicado anteriormente vários livros de minicontos, a autora volta ao gênero com este livro que reúne 206 contos. Embora pertencendo à literatura fantástica, os relatos ignoram fronteiras e se lançam com a mesma intimidade dentro e fora da realidade guiados pelo olhar irreverente e crítico da autora.
 
Ironia e doçura constroem personagens que, por mais imprevisíveis ou erráticos, nos soam admiravelmente familiares. Nesta obra o leitor encontrará formas diversas – o roteiro, a história em quadrinhos – usadas não só para dar suporte ao olhar diversificado da autora, mas para remeter à multiplicidade do nosso tempo.
 
Contos na medida certa para ler, sentir e despertar para o encantamento provocado por suas palavras.
 
 
 
 
O Sol Também se Levanta, de Ernest Hemingway
-Editora Bertrand Brasil
 
Numa linguagem acelerada, Hemingway cria personagens que logo se inserem no convívio do leitor, destacando-se, como figuras marcadas e marcantes, Jake Barnes, jornalista com ferimento de guerra, Lady Brett Ashley, jovem viúva inglesa por quem ele estava apaixonado, Robert Cohn, escritor em busca de seu caminho, Mike Campbell, playboy inglês que também fazia a corte a Lady Brett, e Pedro Romero, toureiro espanhol com quem ela tem um caso.
 
Uma obra vigorosa que retrata os conflitos e frustrações dos norte-americanos e ingleses que vivem em Paris após a Primeira Guerra Mundial.
 
Para O Sol Também Se Levanta, Hemingway elaborou tipos humanos complexos, representando assim uma geração contaminada pela ironia e pelo vazio diante da vida, com seus valores morais destruídos pela guerra e irremediavelmente perdidos. Temas como a solidão e a morte, os preferidos do escritor, são explorados de forma brilhante.
 
 
 
 
Uma Breve História de Quase Tudo, de Bill Bryson
-Companhia das Letras
 
Ao constatar que ignorava o porquê dos oceanos serem salgados, o renomado escritor e cronista Bill Bryson percebeu, com certo desagrado, que tinha pouquíssimo conhecimento sobre o planeta em que vivia. A indagação o propeliu à tarefa épica de entender - e explicar - tudo o que sabemos sobre o mundo.
 
Bryson parte da origem do universo e segue até os dias de hoje, tratando de assuntos relacionados à física, geologia, paleontologia e todas as outras disciplinas que considerava "maçantes" na escola.
 
Antítese do texto didático tradicional, sua prosa foge dos jargões técnicos sem nunca abrir mão da profundidade. A preocupação do autor está em entender como os cientistas realizam suas descobertas. Para compilar esta Breve história de quase tudo, Bryson consultou dezenas de obras e pesquisadores e montou o que pode ser considerado um delicioso guia de viagens pela ciência.
 
 
 
 
Senhor das Moscas, de William Golding
-Editora Alfaguara
 
Publicado originalmente em 1954, Senhor das Moscas é um dos romances essenciais da literatura mundial. Adaptado duas vezes para o cinema, traduzido para 35 idiomas, o clássico de William Golding - que já foi visto como uma alegoria, uma parábola, um tratado político e mesmo uma visão do apocalipse - vendeu, só em língua inglesa, mais de 25 milhões de exemplares. Durante a Segunda Guerra Mundial, um avião cai numa ilha deserta, e seus únicos sobreviventes são um grupo de meninos em idade escolar. Eles descobrem os encantos desse refúgio tropical e, liderados por Ralph, procuram se organizar enquanto esperam um possível resgate. Mas aos poucos e por seus próprios desígnios esses garotos aparentemente inocentes transformam a ilha numa visceral disputa pelo poder, e sua selvageria rasga a fina superfície da civilidade, que mantinham como uma lembrança remota da vida em sociedade.
 
Ao narrar a história de meninos perdidos numa ilha paradisíaca, aos poucos se deixando levar pela barbárie, Golding constrói uma história eletrizante, ao mesmo tempo uma reflexão sobre a natureza do mal e a tênue linha entre o poder e a violência desmedida. A nova tradução para o português mostra como Senhor das Moscas mantém o mesmo impacto desde o seu lançamento: um clássico moderno; um livro que retrata de maneira inigualável as áreas de sombra e escuridão da essência do ser humano.
 
 
 
 
A Idade Decisiva, de Meg Jay
-Editora Sextante
 
A vida adulta parece começar cada vez mais tarde. A dúvida sobre qual carreira seguir, o alto custo para se manter, a dificuldade em encontrar bons empregos e a condescendência dos pais são fatores que fazem com que os jovens sintam que têm o aval da sociedade para curtir a vida ao máximo e deixar as questões mais importantes para depois. Mas essa entrada atrasada no 'mundo real' traz consequências sérias e problemas que nem sempre podem ser revertidos. É comum as pessoas chegarem aos 30 anos sentindo-se atrasadas profissional e afetivamente. Elas olham para trás e se percebem sem rumo, entendendo um tanto tarde que seu tempo foi mal aproveitado.
 
A Dra. Meg Jay mostra em A idade decisiva que é possível prever e agir para evitar esse tipo de alienação. A partir de inúmeros estudos e de sua experiência como psicóloga, ela chama atenção para os perigos inerentes a uma postura descompromissada e um futuro não planejado. Organizado em três partes trabalho, relacionamentos e saúde, este livro discute as principais dúvidas e ansiedades da juventude e os motivos pelos quais os 20 anos não podem ser subestimados. Além disso, desconstrói alguns mitos que têm levado os jovens a tomar decisões que os distanciam da felicidade futura.
 
Você vai aprender que: São as pessoas que você mal conhece, e não seus amigos mais próximos, que mudarão para melhor sua vida aos 20 anos. Morar junto pode não ser a melhor forma de testar um relacionamento. Aos 20 anos, o cérebro proporciona sua melhor chance de mudar quem você é e será. Participar do mundo do trabalho faz com que você se sinta melhor, e não pior. A personalidade muda mais na faixa dos 20 anos do que em qualquer outra época anterior ou posterior. Ao ter a coragem de falar para os jovens coisas que eles talvez nunca tenham escutado, a autora toca em pontos essenciais para que tenham uma vida adulta plenamente satisfatória.


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