PHILIPPE PETIT ATRAVESSA AS TORRES DO WORLD TRADE CENTER

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Não era só Nixon que estava na corda bamba…
Na manhã de 7 de agosto de 1974, os nova-iorquinos olharam para cima e se depararam com um bailarino flutuando no ar, a mais de 400 metros de altura. Era o francês Philippe Petit. Sobre um cabo de aço, ele realizou o sonho de uma existência: atravessar as torres do recém-inaugurado World Trade Center.
Um sonho que começou em uma sala de espera do dentista, seis anos antes, no começo de 1968. Com uma dor de dente braba, Petit folheava revista quando viu fotos e um artigo sobre o World Trade Center, ainda em construção. De repente, uma louca ideia passou pela cabeça do jovem sonhador: “e se eu caminhasse de uma torre a outra, sobre um cabo de aço?”.
“’Elas’ me chamaram. Não fui eu que as escolhi. Tudo de grandioso feito pelo Homem me arrebata de uma forma incrível e me chama”, contou Petit, anos mais tarde. “Eu poderia, secretamente, colocar um fio entre as mais altas torres do mundo. Era algo que tinha de ser feito, não poderia explicar o motivo. Foi um chamado”.
Petit arrancou a página da revista e foi embora, levando a dor de dente na boca e o sonho no coração. “O que é uma dor de dente se eu tinha agora um sonho dentro do peito?”, relembra. Assim, foram seis anos de treino para a concretização do sonho. Ele aperfeiçoou as habilidades, leu tudo sobre a estrutura do WTC e estudou cada detalhe da construção.
Em janeiro de 1974, rumou para Nova York. Conheceu de perto e por dentro o WTC e até se passou por jornalista para entrevistar Guy Tozzoli, um dos idealizadores das torres e então diretor do complexo, com o objetivo de colher mais informações sobre a construção.
Na noite de 6 de agosto e com a ajuda de amigos, Petit preparou tudo. Munidos de cabo de aço, uma vara flexível, arco e flecha (!), eles se separaram em dois grupos: um na torre norte e outro na torre sul. Trabalharam madrugada adentro para montar tudo.
Arco e flecha serviram, acredite se quiser, para atravessar o cabo de um prédio a outro! Não deu muito certo, mas a pesada corda foi esticada no vão de quase 40 metros entre as torres gêmeas.
O dia já nascia quando Petit deu o primeiro passo. Em 45 minutos, passou 8 vezes de torre a outra, dançou, brincou e saudou a Big Apple. Estupefata, a multidão admirava o bailarino lá de baixo.
Não demorou muito para todas as TVs transmitirem ao vivo, para a polícia aparecer e o sonho de Petit terminar. Ele chegou a ser preso, mas a pena foi uma apresentação para crianças no Central Park. Nada mais importava. Seis anos depois, ele cumpria a missão, cumpria “o chamado”, realizava “O crime artístico do século”, como ficou conhecido o ato.
“Quando vejo três laranjas, faço malabarismos. Quando vejo duas torres, caminho!”
Em 2008, o diretor James Marshall contou a história de Philippe Petit em “Man on Wire”, que acabou vencendo o Oscar de Melhor Documentário em 2009.



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