8 Livros que te farão ver o mundo com outros olhos

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A história única cria estereótipos. E o problema com estereótipos não é que eles sejam mentira mas que sejam incompletos. Eles fazem uma história tornar-se a únicahistória.”

1. Quem quer ser um milionário – Vikas Swarup

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Quem quer ser um milionário, se consagrou como sucesso mundial, tanto a adaptação cinematográfica – um gigante ganhador de 8 Oscars – quanto o livro se tornaram referência a cultura indiana. O livro conta a história de Ram, um órfão que participa de um reality show que oferece 100 milhões de rúpias ao vencedor. Os desdobramentos da história são fantásticos, e é difícil colocar a obra de lado antes de chegar ao final. Passeamos de trem pelos pontos turísticos da Índia, e conhecemos personagens caricatos. Sem pedir licença, o autor te joga contra uma cultura milenar e quando você se dá conta já está imerso nesse mundo tão diferente, torcendo pelo protagonista assim como torceria pelo Homem-Aranha.

2. Hibisco Roxo – Chimamanda Ngozi Adichie

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A escrita forte e objetiva da nigeriana Chimamanda fazem com que um arrepio percorra sua espinha a cada sentença. Após sua famosa palestra no TED – O perigo de uma única história – a escritora se tornou alguém difícil de passar despercebida. O livro conta as descobertas da jovem nigeriana Kambili e como ela acaba conhecendo seu próprio povo e vizinhança. Embora seja um mundo novo para a maioria dos leitores é possível encontrar cenários muito semelhantes aoque vivemos no Brasil, o olhar bastante autobiográfico revela uma nova história sobre a África, que nem mesmo a própria protagonista conhecia.

3. Eu sou Malala – Malala Yousafzai

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A mais jovem vencedora do Prêmio Nobel da Paz mostra que é uma contadora de histórias nata. Esqueça tudo que sabe sobre o Paquistão e o Islamismo e se prepare para conhecer um relato emocionante e verdadeiro sobre uma cultura mistificada e distorcida. O diário de Malala presta um serviço a humanidade tão forte quando o escrito por Anne Frank; aqui descobrimos como o Talibã se instalou e dominou o vale de Swat, e como uma garota encontrou dentro de si uma força inacreditável para lutar pelo direito à educação das garotas islâmicas.

4. A terra inteira e o céu infinito – Ruth Ozeki

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Nessa ficção autobiográfica a autora Ruth Ozeki encontra na isolada ilha canadense em que vive o diário de uma garota japonesa disposta a contar a história de sua avó, uma monja budista de 104 anos. Num estranho realismo mágico cheio de referências ao “Em busca do tempo perdido” de Marcel Proust, descobrimos a história de um Japão pouco conhecido, que trata de emoções muito particulares à essa cultura; existe um contraste entre os sentimentos destrutivos e os ensinamentos passados pela velha monja. Além disso o livro se pauta em fatos históricos como a Segunda Guerra, e as cartas de um piloto Kamikase revelam uma história oculta, com a qual nunca havíamos nos defrontado antes.

5. Barba ensopada de sangue – Daniel Galera

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O romance de Daniel Galera, grande aposta da literatura contemporânea nacional, é um sucesso de crítica. Em sua escrita nostálgica e cheia de pesar, conhecemos uma SantaCatarina mágica em que passado e presente se confundem. Não se deixe levar pelo títuloexplosivo, o romance é uma narrativa sensível sobre um treinador de natação que tenta juntar os cacos para contar a historia do seu pai, do seu avô e, por consequência, sua historia também.

6. Contos do nascer da terra – Mia Couto

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Mia couto se estabeleceu como um dos grandes escritores contemporâneos. A obra é um conjunto de pequenos contos em que o realismo mágico serve para mostrar fortescaracterísticas sobre o cotidiano, o povo, a cultura e a história de Moçambique . Embora compartilhemos o idioma, esse primo distante muitas vezes fica esquecido ao pensarmos em narrativas.

7. Meu nome é vermelho – Orhan Pamuk

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O turco Orhan Pamuk, ganhador do Nobel de Literatura, cria uma narrativa no mínimo inusitada; um romance policial que se passa na cidade de Istambul, no fim do século XVI, e em que reflexões sobre o ocidente e o oriente, são postas à tona a todo momento. Impossível passar alheio a essa leitura, os sentimentos e o mistério são tão variados que nos levam mais uma vez a um mergulho no desconhecido.

8. Asco – Horacio Castellanos Moya

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Contra a minha vontade, tive que ver e escutar esses políticos (…), esses sujeitos tenebrosos que têm o futuro do país em suas mãos me geram um tremendo nojo, Moya, não importa se é de direita ou de esquerda, são de vomitar, igualmente corruptos, igualmente ladrões, se nota no rosto a ansiedade que eles têm de roubar tudo o que puderem, é preciso tomar cuidado com esses sujeitos, Moya, você só precisa ligar a televisão para ver o focinho deles e a ansiedade em saquear o que puderem, de quem puderem, uns ladrões com terno e gravata (…)”
Parece que falamos do Brasil, não é? Esse livro no entanto, conta a história de dois amigos de infância que se encontram em um bar e narram fatos sobre suas vidas e a história de El salvador. A obra é uma uma crítica profunda ao estereótipo latino-americano e aos males que corrompem essa região. O título não poderia ser outro, talvez a obra mais política até agora. Asco é uma narrativa forte e esmagadora, que nos tira do conforto e que não nos deixa em paz até que comecemos a refletir sobre essa realidade.


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